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A MINHA ALMA DORME DEPOIS DA MORTE?


A MINHA ALMA DORME DEPOIS DA MORTE?


ENTREVISTA COM O PASTOR JOHN PIPER

 Tradução: Thiago Mancini

Gabriel, um ouvinte das Filipinas, pergunta uma questão muito comum:

“Pastor John, quando nós morremos, a nossa consciência continua em algum lugar?
Ou nós apenas dormimos esperando a segunda vinda e o julgamento?
E por que o sono é utilizado para descrever a morte, até mesmo pelo próprio Jesus?
E aonde na Bíblia eu posso ser mais confiante do que acontece a mim ou a alguém que eu amo depois da morte?
Será que eu deveria imaginá-los dormindo, esperando o retorno de Cristo. Ou já estando no céu ou até mesmo no inferno?”

Eu ouço duas perguntas:


1] Por que a palavra “dormir” ou a imagem do sono é utilizada até mesmo por Jesus para descrever a morte?

2] Qual é a experiência das pessoas entre a morte e a ressurreição corporal?

Então, talvez nós devêssemos começar por não tomar como certo o princípio bíblico de que o propósito de Deus não é apenas ter muitos espíritos no céu um dia; mas sim corpos na nova terra.

A ressurreição do corpo não era um escândalo para muitos gregos que amavam a ideia da imortalidade da alma, mas que não gostavam da ideia da ressurreição do corpo.

O Cristianismo não é a Filosofia grega neste aspecto. O corpo será ressuscitado dentre os mortos, e a ressurreição corporal de Jesus em uma forma que poderia ser reconhecida e que poderia ser tocada e que poderia comer peixe era como que o protótipo da nossa ressurreição corporal.

Então, o apóstolo Paulo diz em I Coríntios capítulo 15 e versículo 20:

“Mas, agora, Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos que dormem.”

E quando as pessoas zombam neste capítulo e dizem:

 “Com que tipo de corpo eles vão vir?”,

o apóstolo Paulo responde nos versículos 42, 43 e 44:

“Assim também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual.”

Então, a ressurreição do corpo é absolutamente essencial para a Doutrina Cristã.

Agora a questão é a seguinte:

O que acontece entre a morte e a ressurreição do corpo? Por que às vezes este tempo é chamado de sono?

E nós estávamos falando sobre isto mais cedo, Tony, quando começamos a falar sobre isto, e isto é muito fresco para mim, por que às 8 horas desta manhã uma grande amiga minha foi para este estado.
Então aonde ela está?
O que é que está acontecendo com ela?
Agora mesmo, tem 3 horas e 16 minutos - imagine isto - ela está 3 horas e 16 minutos neste estado que estamos falando agora mesmo.
Isto é incrível.
É incrível pensar sobre isto.
E aqui está o que a Bíblia diz sobre o sono.
É por isto que o apóstolo Paulo levanta a questão.

“Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem.” (I Ts 4.14).

Tudo bem?
Esta é uma referência aos cristãos que tinham morrido.
Por que o apóstolo Paulo diz isto desta maneira?

“E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram.” (I Co 15.17-18).

Então existe outra referência a adormecer como uma figura da morte.

E então há Jesus que ressuscitou uma jovem garota. Nós chamamos nossa filha depois desta experiência aonde Jesus diz:

“Talitha, cumi!”                                (Mc 5.41)

Jesus ressuscitou esta pequena garota da morte.
E nós sabemos que ela estava morta por que em Mc 5.35, as pessoas disseram a Jairo que sua filha estava morta:

“Falava ele ainda, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: Tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre?”

E quando Jesus chega para lidar com isto, Jesus diz que a garota não estava morta, mas estava dormindo:

“Ao entrar, lhes disse: Por que estais em alvoroço e chorais? A criança não está morta, mas dorme.” (Mc 5.39).

Bem, a garota estava morte, e Jesus chama isto de sono. Por quê?

A minha resposta é que esta é a forma em que o corpo parece e age. É simplesmente uma descrição da morte por uma figura mais suave do que ela realmente parece.

Se você já olhou para uma pessoa que acabou de morrer, você pode se perguntar:   “Esta pessoa morreu ou está apenas dormindo?”

Por que eles se parecem exatamente como eles são, como eles sempre se pareceram. E eles apenas estão adormecidos. Então eu creio que é uma figura, é uma descrição pictórica em uma forma mais suave da realidade atual de que eles estão mortos.

Agora, por que eu digo isto?
Por que eu mergulho nesta ideia de significado ao invés de apenas dizer, “Bem, não, não, eles não conscientes do outro lado da morte. Eles realmente estão passando por algo parecido ao sono da alma. Eles não vão ter consciência até o dia da ressurreição?”

Por que eu não digo isto?

A razão pela qual eu não digo isto é por que Jesus e Paulo ensinam o contrário.

Assim, por exemplo, as duas passagens chaves em Paulo são Filipenses 1.21-23 e II Coríntios 5.6-9.

“Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.” (Fp 1.21-23).

Então, quando contempla a sua própria morte, Paulo chama a morte de “ganho”, não por que ele está indo para a morte inconsciente e com zero experiências para outras centenas de anos, mas por que ele está indo para a presença de Cristo com o próprio Cristo em uma maneira muito mais íntima e profunda - e isto é, ele diz, vastamente melhor do que qualquer outra coisa que ele conheça aqui.

E então, ele diz a mesma coisa aqui em II Co 5.6-9.

“Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor; visto que andamos por fé e não pelo que vemos. Entretanto, estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor. É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis.” (II Co 5.6-9).

Então, morrer no corpo significa ir para casa com o Senhor.

E aqui está Jesus. Ele conta esta história sobre o homem rico e Lázaro, e Jesus não diz que esta história é uma parábola. Agora eu não sei com certeza, francamente, se foi uma parábola ou não, mas não diz que era uma parábola. Jesus apenas descreve a história como ela realmente aconteceu.
E se a história aconteceu ou se é uma parábola, parece estar focando o ponto de que depois da morte não há esquecimento ou sono ou inconsciência. Há vida no tormento ou no êxtase.

É assim:

“Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele; e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras.
Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio.”
(Lc 16.19-23).

Então, o quadro que Jesus pinta - a parábola ou uma história que realmente aconteceu - é de uma vida consciente seja em tormento, ou seja, em alegria depois da morte.

Então, a minha conclusão é que os cristãos tem um encorajamento duplo para aqueles que estão morrendo ou que já morreram.

Para o crente que confia em Jesus Cristo, o sangue de Cristo e a justiça de Cristo removeram a condenação para todo crente e garantiram para nós, ambas, a ressurreição do corpo em um novo céu e em uma nova terra, e agora, antes da morte, uma experiência doce e íntima de estar na presença de Cristo entre a morte e a ressurreição.
É uma esperança bendita, em ambas as formas.
Nós estamos seguros.
Nós estamos seguros em Cristo agora, e vamos estar seguros na presença de Cristo no momento da morte, e vamos estar supremamente felizes em um corpo novo e saudável para sempre e sempre no novo céu e na nova terra.


Comentários

  1. De facto foi uma explicação segundo apalavra de Deus

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  2. sim. é muito bom termos uma explicação baseada na palavra.

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